Carta para mim mesmo.

Local desconhecido, 31 de Março de 2010.

É Meia noite e estou a trinta e cinco mil metros de altitude em algum lugar entre a Oceania e a America do sul, distante da maioria do mundo e das coisas que me arrancam sorrisos.

Estou feliz por estar voltando pra casa, mas no fundo do peito sinto uma tristeza que pode ser confundida com dúvida. A felicidade porque sinto saudades do cheiro da minha mãe e do rancor do meu pai, do carinho dos meus amigos e também do seu sorriso, logo terei tudo isso de volta. Dúvida porque acho que um pedacinho do meu coração ficou pra trás, me apaixonei por aquele país que me mostrou a importância da objetividade na vida das pessoas. Na terra do Aussie, o certo é sempre certo e o errado e sempre errado sem mais nem menos, e a eficiência leva a eficácia.

O principal motivo que aflora a percepção de um homem é a carência. Estou carente de objetividade e simplicidade na vida, e vejo que não adianta complicar demais as coisas e se emaranhar em um punhado de desejos e obrigações. Percebi que caso seja esta a situação o melhor a se fazer é tentar observar as coisas de um ângulo diferente e enxergar por novas perspectivas. Talvez aquele doce seja mais amargo que você pensa, ou aquele amargor seja simplesmente falta de sal.

Na grande maioria das vezes, quem tudo quer nada tem e quem não tem o que quer talvez deva fazer um pouco mais ao invés de apenas querer. Acho que estou chagando mais perto e gostei do que aconteceu comigo neste mês, vou traçar objetivos e avaliar como os mesmo farão diferença na minha e vida e principalmente pra minha alma.

Bom, vou ficando por aqui e desde já deixo um grande abraço. Minha casa é o seu corpo e logo estarei de volta.


Gentil Nascimento